MANOEL VILEBALDO FROTA AGUIAR
Funcionário
público Federal. Nasceu a 12 de dezembro de 1895, na cidade de Palma, hoje
Coreaú, sendo filho de Francisco Felinto Aguiar e de d. Rosa Frota Aguiar.
Iniciou os estudos
primários em sua terra, passando, depois, a frequentar os colégios dirigidos
por Pedro Ciarlini, em Massapê, e Teles de Souza, em Sobral.
Aos 16 anos de idade, em 1910, seguiu para
o Amazonas, onde permaneceu até 1912, quando regressou ao Ceará, encontrando o
Estado empolgado com a campanha político popular pró-Franco Rabelo. Contagiado
pelo entusiasmo do momento, tomou parte ativa no movimento tendo integrado a
Divisão do Norte, no posto de Tenente, permanecendo ao lado do Presidente até a
sua deposição, quando foi preso, sem ceder em suas convicções políticas.
Desgostoso com a situação de insegurança
reinante no Ceará, e temendo novas coações, resolveu seguir para São Paulo, em
fins de 1914, fixando residência na cidade de Santos até 1918, época em que
voltou ao Ceará, filiando-se, então, ao Partido Democrata, chefiado pelos drs.
Manuel Moreira da Rocha e Francisco de Paula Rodrigues, e em 1934, quando da
organização Vilebaldo Aguiar União Democrática Nacional - U.D.N. de novos
Partidos políticos, adotou a corrente chamada Saboísta, chefiada pelo dr. José
Saboya de Albuquerque a cuja orientação obedece, dentro dos quadros da União
Democrática Nacional.
Durante a sua permanência em Santos, foi
funcionário da importante firma Raimundo Vasconcelos, agente do Loide
Brasileiro e, depois, Chefe da Estiva da mesma Companhia, naquela cidade.
Regressando ao Ceará, estabeleceu-se no
comércio, na cidade de Cariré, de sociedade com seu irmão Elisio Aguiar,
retirando-se meses depois para se estabelecer na cidade de Massapê, de cujo
termo foi delegado de polícia cerca de dez anos, e de cujo município foi
vereador e Prefeito, tendo sido, também, Coletor das Rendas Estaduais, em
Licânia, cargos esses em que se houve com inteireza e eficiência, envidando o
melhor dos seus esforços em proveito da coletividade.
É, atualmente, funcionário público
federal, lotado na Delegacia do Serviço do Patrimônio da União, no Ceará
funções em que tem dado mostra de incomum interesse e zelo pelas vendas
patrimoniais do País, e ao mesmo tempo ativo pesquisador dos velhos documentos
que encerram muito da nossa história econômica, elucidando ás vezes verdadeiros
enigmas até então considerados insolúveis, sobre disputas e questões atinentes
a terras, datas, prédios e propriedades.
Casou-se a 1º de março de 1919 com D.
Maria Magalhães Aguiar, filha de José Severino Magalhães e de d. Maria Menezes
Magalhães, contando do matrimônio os seguintes filhos:
O deputado Wilebaldo Aguiar é descendente
de uma das mais antigas famílias do Ceará, oriunda do famoso Arnaut de Holanda,
de Utrech, filho do Barão de Rhenobourg e da princesa Margarida de Florencia,
irmã do Papa Adriano VI, vindo para Pernambuco com o 1º Donatário da Capitania
– Duarte Coelho, e ali casado com D. Braites Mendes de Vasconcelos, filha
do Camareiro-mór do Infante D. Luiz Bartolomeu Rodrigues e de d. Joana de Gois
e Vasconcelos, dama da rainha d. Catarina, e prima da mulher de Duarte Coêlho.
De uma bisneta de Agostinho de Holanda,
filho de Arnaut – D. Brites de Vasconcelos, casada com Francisco Vaz Carrasco,
nasceram 5 filhos, um dos quais – Manuel Vaz Carrasco veio residir na ribeira
do Acaraú, e foi o pai das célebres Sete Irmãs, das quais descendem diversas
famílias do Norte do Estado. Além delas, Vaz Carrasco teve dois filhos do
segundo matrimônio, um dos quais – Nicácio de Aguiar Oliveira, casou-se em
Granja, com D. Micaela de Sá Porto, filha de Tomaz da Silva Porto e de D.
Nicácia Alves Pereira, de cujo matrimônio nasceram 6 filhos, sendo o 3º Antônio
Vaz de Aguiar, que se casou em Coreaú com D. Joana da Costa de Medeiros, e
residiu sempre em Cajazeiras, do termo de Palma, tendo o casal 11 filhos, o 2º
dos quais foi Francisco Antônio de Aguiar, que foi o pai do Cel. Manuel Florêncio
de Aguiar, casado com D. Constância Ximenes de Aragão Aguiar, filha de Adrião
Ximenes Aragão, e de D. Joaquina Quintina Ximenes de Carvalho, e pai, a seu
turno, de Francisco Felino de Aguiar, que é o pai, como se viu em começo, do
deputado Wilebaldo, segundo filho do casal, que os teve onze e 71 netos.
Membro da Comissão de Agricultura e Obras
Públicas, eleito na sessão ordinária de 22 de julho.
Reeleito para a legislatura seguinte.
Findo seu mandato, foi nomeado Diretor Geral da Assembleia Legislativa, cargo
que exerceu até 1965, quando se aposentou ao completar 70 anos de idade, em 12
de dezembro.
Embora seu nome estivesse associado à política,
foi na administração pública que mais se realizou. Levava muito a sério o
serviço de funcionário público. Nunca nomeou nenhum de seus onze filhos, nem
permitiu que o fossem nomeados por ninguém, dentro da Assembleia. Achava
errado, ilegal e imoral.
Merecida e honrosa homenagem lhe foi
prestada na festa de sua despedida: a denominação de Vilebaldo Aguiar à sala em
que trabalhara durante os últimos 15 anos de sua vida, pois alguns meses depois
vieram a falecer, em 13 de maio de 1966.
Outras homenagens: nas cidades de Coreaú e
Massapê, as escolas públicas existentes têm o seu nome; em Fortaleza, no bairro
da Aldeota, uma rua paralela a Santos Dumont, também tem seu nome; assim como o
Governo do Estado denominou de Rodovia Vilebaldo Aguiar a estrada que liga
Massapê a Coreaú, compreendendo os trechos Massapê - Padre Linhares, Padre
Linhares - Várzea da Volta, na rodovia CE-232, e de Várzea da Volta a Coreaú,
já na rodovia CE-244. Esta rodovia, no trecho descrito, tinha antes a nome de
Estrada da Palma, denominação antiga da hoje cidade de Coreaú, onde nasceu.